Tem sido difícil escrever neste blog e, embora ninguém tenha reclamado a falta, eu às vezes me questiono sobre o porquê de tanta dificuldade.
Eu poderia dizer que o tempo dos blogs passou, mas não seria verdade. Vejo blogs muito bons e constantemente atualizados, que são a prova de que essa forma de interação está muito longe do esgotamento.
Eu poderia dizer que não tenho tempo, mas não é bem assim. Gasto boa parte do meu tempo livre em inutilidades (ou nem tanto) nas redes sociais.
Pode ser que eu já não queira me expor tanto... mas, bem, eu não preciso me expor para escrever num blog, afinal, há tantos assuntos circulando pelo mundo.
Posso alegar que escrever num blog já não me causa o mesmo prazer e isso, sim, é um pouco verdade. Mas não toda a verdade.
Escrever num blog requer esse momento de afeto com as palavras, quando elas fluem naturalmente e se acomodam, felizes, num texto qualquer, por mais simples que seja. As pessoas lêem e se contaminam pelo prazer diluído ali entre frases e pontos, o texto cresce, vira assunto. O blog cumpre seu papel.
A verdade é que as palavras têm fugido do meu alcance, o sono tem chegado sempre tão cedo, quase não consigo mais ruminar, a vida é que vai ditando o ritmo, às vezes lento, às vezes frenético, de quem eu sou.
Mas não é bem assim, eu preciso mastigar vida e vomitar palavras, e sinto falta quando isso não acontece. Ter um blog é como ter um tempo para cuidar da vida. Não só da nossa, mas também de como percebemos a vida ao redor de nós. E eu sinto falta disso.
Tem sido difícil escrever neste blog, mas eu preciso.