quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pergaminho (texto de 2007 que eu esqueci de publicar)


Uma multidão curiosa rapidamente cresceu enquanto aquele pergaminho enrolado caía lentamente dos céus, quase flutuando, como se fosse mais leve que o seu peso real, transgredindo a olhos vistos a Lei da Gravidade. Quando finalmente chegou ao chão, a multidão assombrada viu que estava lacrado com uma fita vermelha que dizia: A/C representante da Santa Igreja mais próxima.

Chamaram o padre da cidade, um alvoroço, afinal, não é todo dia que uma mensagem dos céus chega tão rápida e diretamente aos pobres mortais, desorientados e perdidos no próprio mundo que criaram. O padre, entre nervoso e lisonjeado por ser o porta-voz de mensagem tão importante, abriu a mensagem rapidamente, sem querer irritar a multidão ansiosa.

O que dizia:

“LEIA EM VOZ ALTA:

O Mestre pede que se acrescente mais um aos sete pecados capitais criados pela Santa Igreja. É verdade que às vezes os enunciados que tratam desses pecados parecem letra morta, tamanha o esforço dos homens em praticá-los sem preguiça. Mas o Mestre exige que a errata seja publicada e que todos os escritos que tratam do tema sejam retificados, para sua honra e glória.

Diz o Mestre:

1. Não tens sidos zelosos em evitar os pecados em vossas vidas. Eu havia dito apenas que o mal é o que sai do homem, tal como Pepeu confirmou. A Santa Igreja enumerou pecados capitais, mas não leves a mal, foi só uma tentativa de vos orientar.
2. Digo-vos agora qual é o maior e o mais mortal desses pecados: a caretice. Ainda que não tenhais cometido todos os outros pecados, será a caretice a vos condenar até o fim dos tempos.
3. Em verdade, em verdade, vos digo: os caretas carregam consigo e transmitem aos seus toda a infelicidade decorrente de sua caretice. Espalham mentira, hipocrisia, moralismo, violência e idéias retrógradas. Só por isso, eles não entrarão no Reino dos Céus.

Eis o recado do Mestre. Publique-se.

Ass: Mateus.

PS: parem de colocar meu nome em tantos meninos que nascem. O Reino de Deus pertencem às criancinhas, mas meu nome não é casa de mãe joana, não. :X”


 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Só os Sims são felizes

Pra inaugurar este blog, nada como esticar conversa sobre o meu mais novo vício na internet: The Sims Social. 



Pra explicar a uma amiga como funciona (e é difícil pra quem está de fora entender esse joguinho do Facebook), tentei descrever o básico sobre o que acontece lá: alguém trancado numa casa, comprando coisas e trabalhando (em casa) para ganhar mais dinheiro.

(se quiser ter uma idéia das casas mais impensáveis que as pessoas constroem, recomendo ir aqui)

Claro, esse alguém é solitário, pero no mucho. Sempre é possível interagir com a vizinhança, trocar afagos ou insultos. Os relacionamentos podem evoluir para relações amorosas com - dizem - a possibilidade de rolar inclusive um séquissuzinho entre os sims mais chegados.
Pra minha sims, até agora, o máximo de intimidade foi na banheira.
Tudo tem seu tempo.

O universo paralelo de The Sims Social me faz esquecer um pouco as obrigações aqui fora. Mas também carrega um pouco de tudo o que eu sou: meus livros, muitos; a ânsia de escrever; a pouca vaidade; e a pressa típica de quem é ansiosa (dei poderes especiais para a minha sims andar mais rápido).

Eu me divirto com os comentários dos vizinhos, com cada nova aquisição, com o progresso econômico de minha Robéria (nome da criatura que eu criei lá). Daí, quando me dou conta, passaram-se algumas horas que eu deveria ter dedicado ao estudo. No início do fundo do poço, atualmente, adicionei meu primeiro desconhecido apenas para aumentar a vizinhança.

Por isso, eu digo:
se tiver responsabilidades e metas apertadas para cumprir na vida real, nem chegue perto - é um *vício que te consome* (ótimo mote para uma música brega).

E digo mais:
se tiver responsabilidades e metas apertadas para cumprir na vida real,use The Sims para não enlouquecer, pois as obrigações são vícios que nos consomem.